terça-feira, 20 de maio de 2014

Godzilla: Monstro Destruidor ou Herói Protetor da Terra?

De volta aos cinemas após uma pausa de 10 anos, Godzilla vem mostrar aos kaijus de Pacific Rim que ele é o soberano dos monstros. Nas telas desde 1954, foi o grande (há!) responsável pela popularização dos chamados filmes de Kaiiju (monstro), sendo ele mesmo considerado um Daikaiju (Kaiju Gigante). Já lutou contra inúmeros oponentes, tanto da Terra como do Espaço e inclusive uma versão cibernética dele mesmo. Godzilla certamente é uma referência mundial, e sua volta é muito bem vinda.



Mas um debate que surge vez ou outra é: Godzilla afinal é mau? Ou ele é apenas uma força destruidora e incontrolável, criada sem querer pelos próprios humanos com o uso da tecnologia nuclear? Ou ainda, teria Godzilla aprendido a gostar do planeta e dos seres que aqui habitam, se dispondo a protegê-lo? Vamos fazer uma recapitulação de alguns dos filmes lançados ao longo dos anos. Mas antes, vamos revisar as 3 fases dos filmes do grande kaiju.


Showa (1954-1975)


Godzilla (1954)

Esta era foi batizada com o mesmo nome do período em que o Japão estava no momento. Ela teve 15 filmes e começou em 1954 com Godzilla e durou até 1975 com Terror of Mechagodzilla. Com exceção de Godzilla, Godzilla Raids Again, King Kong vs Godzilla e Mothra vs Godzilla, os filmes são mais alegres e despreocupados. Começando com Ghidorah, the Three-Headed Monster, Godzilla começou a evoluir para um anti-herói mais amigável e lúdico, no fim tornando-se um super-herói antropomorfizado. Esta transição foi de certa forma concluída em Son of Godzilla, em que ele é mostrado como bom. Ghidorah é o arqui-inimigo de Godzilla e o principal antagonista dessa era. Os filmes Son of Godzilla e All Monsters Attack foram focados em um público mais jovem, contando com a participação do filho de Godzilla, Minilla. Já Mechagodzilla é considerado um dos inimigos mais brutais. Por fim, durante a era Showa vários montros foram adicionados no universo da franquia e dois deles, Mothra e Rodan possuem filmes solo.



Heisei (1984-1995)


The Return of Godzilla (1984)
Esta linha do tempo começou com The Return of Godzilla (1984), criado como continuação direta ao filme original de 1954, e ignora todos os outros filmes da era Showa. Esta era teve 7 filmes, concluindo com Godzilla vs Destoroyah. Ela também apresentou um foco muito maior na biologia e ciência por trás de Godzilla, tendo uma grande discussão nos aspectos morais da genética. Godzilla vs King Ghidorah apresentou a primeira história concreta para o nascimento de Godzilla: um Godzillasaurus que sofreu mutação devido à radiação.



Millennium (1999-2004)

A série Millennium é o termo oficial para a série de filmes do Godzilla que foram feitos depois que a série Hensei terminou com Godzilla vs. Destoroyah (1995). A intenção desta série era que todos os filmes usassem o Godzilla original (1954) como ponto de partida. Como os filmes eram diferentes, os tamanhos também eram diferentes em alguns casos. Em Godzilla, Mothra and King Ghidorah: Giant Monsters All-Out Attack (2001) ele tinha 60 metros, enquanto que em Godzilla: Final Wars ele tinha 100 metros de altura. Godzilla originalmente deveria ter 50 metros em Final Wars, mas cortes de gastos nas maquetes forçaram essa mudança de tamanho. Havia cinco diferentes linhas do tempo na série millennium, distribuídas em seis filmes.

Depois do lançamento do Godzilla: Final Wars (2004), marcando o 50º aniversário da franquia de filmes do Godzilla, Toho declarou que ele não produziria outro filme por 10 anos. Toho também demoliu o cenário de água no seu lote usado em vários filmes do Godzilla, de kaiju e tokusatsu. Yoshimitsu Banno, diretor do filme de 1971 Godzilla vs. Hedorah, obteve os direitos de Toho para fazer uma produção cinemática em IMAX 3D baseada em uma história similar ao seu filme do Hedorah. Banno ainda não conseguiu concluir sua produção, mas em janeiro de 2014 declarou ter esperanças de vê-lo concluído.



Tragetória e Evolução de Godzilla

Mesmo no filme original de 1954, é discutível se Godzilla é realmente mau. Em vez disso, ele está mais para uma força incontrolável da natureza dando uma dura demonstração dos riscos e perigos da tecnologia nuclear. Ainda, há uma gradual mudança ao longo do tempo, transformando Godzilla pouco-a-pouco em um 'campeão' da Terra. Esta mudança é então revertida com trocas de diretores responsáveis pelos filmes.

Godzilla vs King Kong (1962)
No segundo filme, Godzilla Rides Again (1955), ele ainda é uma "força da natureza" desprovida de inteligência, que salva Osaka derrotando Angilas, embora os danos que causa para isso sejam enormes. Também é mostrado que luz e fogo atraem Godzilla, possivelmente por lembrá-lo das lizes e da explosão da bomba de hidrogênio que o acordou e transformou. Isto indica que não é necessariamente a crueldade a maior responsável pela destruição que ele causou a Tóqui no primeiro filme. Já King Kong vs Godzilla (1962) mostra tanto King Kong como Godzilla como sendo forças selvagens e incontroláveis, causando danos a centros urbanos, sem nenhum dos dois ser 'bom'.


Mothra vs Godzilla (1964) foi o primeiro a colocar outro monstro como o 'bom' oponente, pois é chamado para defender Tóquio de mais um ataque de Godzilla. Este filme foi sucesso tanto de crítica, como de faturamento. Esta recepção acabou por influenciar o próximo filme, Ghidorah, the Three Headed Monster (1964), que mostrou Mothra novamente, mas desta vez ele convence Godzilla e Rodan a (eventualmente) unir forças para derrotar a ameaça vinda do espaço. Este foi o primeiro filme a retratar Godzilla como um ser que possui inteligência, mas mesmo assim, ele continua sendo apresentado como uma força da natureza, com atitudes variando de auto-defesa a ataques induzidos por aliens.

Somente em 1968 com Destroy All Monsters é que Godzilla parece agir por conta própria em defesa da Terra (em Ghidorah, the Three Headed Monster ele o faz em respeito a Mothra, e não por obrigação ou proteção de território), atacando a base secreta alienígena depois que os mesmos perdem o controle sobre ele e os outros monstros da Terra.

Deste ponto em diante Godzilla é visto mais como guardião do que uma força aterrorizante. Em Godzilla vs Gigan (1972) ele parece possuir um interesse ativo em proteger a Terra, ao invés de apenas reagir às ameaças. Em 1971 no filme Godzilla vs The Smog Monster, ele protege a Terra, mas é insinuado que ele culpa a humanidade pela poluição que permitiu que o Smog Monster fosse criado.

Mas tudo isso muda em 1984 com The Return of Godzilla, que contou com um novo diretor: Koji Hashimoto. Junto com a mudança de direção, também mudou a maneira que Godzilla era retratado: ele deixou de proteger a humanidade, e voltou a ser algo de que a humanidade deveria se defender. E esta visão durou até uma nova troca de diretor em 1994 no filme Godzilla vs Space Godzilla, que colocou Kensho Yamashita no banco de diretor, e com isso Godzilla mais uma vez protege a humanidade de um monstro espacial maligno.

Godzilla vs Space Godzilla (1994)

Novo diretor, nova mudança. Em Godzilla vs Destoroyah (1995) ele volta ao seu papel de ameaça à humanidade (e dessa vez ao planeta inteiro) nas mãos do diretor Takao Okawara. Isto continua no resto dos filmes, incluindo o remake americano de 1998, sendo que em Godzilla: Final Wars (2004) ele poupa a humanidade graças à intervenção de seu filho Minilla.

Fiquem abaixo com umas imagens de bônus, e o vídeo da dança da vitória do Godzilla


WTF IS THIS???



A dança da vitória



5 comentários: